domingo, 30 de agosto de 2015

A Ilha Sagrada de Miyajima

Uma viagem ao Japão começa geralmente por Tóquio e para mim não seria diferente, mas falarei dela mais tarde, com mais tempo. De Tóquio fomos a Hiroshima, onde passamos 3 noites e de lá fizemos um bate-e-volta até a ilha sagrada de Miyajima.



Os turistas são numerosos em Miyajima há muitos séculos, e o motivo principal da visita é o Tori (porta de satuário) de Itsukushima-jinja, um dos cartões postais do Japão, que parece flutuar sobre as águas. Antigamente o povo não podia pisar na ilha e só era possível atingir o santuário de barco, passando pelo tori
Essa é a primeira imagem quando chegamos de barco

Uma das surpresas é que essa imagem dele sobre as águas na verdade só acontece durante a maré alta. Quando chegamos pela manhã, ele estava bem plantado no chão e foi muito legal estar bem pertinho e mesmo tocá-lo. De longe não temos idéia do diâmetro de cada tronco de ávore com o qual foi construído. 



Conferimos os horários das marés (disponível no local) e naquele dia a maré alta seria às 15h, ocasião de ver não apenas o tori como imaginamos, mas também o santuário completamente rodeado pelas águas. 

A pequena ilha de Miyajima fica perto de Hiroshima e é Patrimônio Mundial da Unesco. Apesar do seu tamanho reduzido, conta com diversas outras atrações: muitos templos, trilhas na montanha e parque com animais selvagens. No início pretendiamos nos hospedar na ilha, mas durante o planejamento decidimos ficar em Hiroshima (o que evitaria o leva e traz de bagagens) e fazer apenas o bate-e-volta. Saímos de Hiroshima cedo e chegamos por volta das 9h, durante  a maré baixa. Aproveitamos o final da manhã para fazer a trilha  enquanto a maré estava baixa e voltar para admirar a paisagem com a maré alta.

São muitas atrações na ilha e na minha opinião é melhor reservar um dia inteiro da sua viagem para ela. Algumas delas:

O santuário Itsukushima-jinja (de onde pertence o tori) existe desde o século VI, e foi reconstruído na sua forma atual em 1168 !



Senjo-kaku, essa enorme estrutura com um trabalho incrível de marcenaria e com detalhes no teto. Dela temos uma vista privilegiada da Pagoda de 5 andares




Taho-to: essa pagoda traz como agradável supresa uma das vistas mais incríveis do Tori, e longe da confusão dos turistas, já que para chegar até ela é necessário subir uma escadaria de pedras (nada muito longa nem incômoda, mas já serve para espantar a multidão).

Daisho-in, esse foi na nossa opinião o templo mais emocionante e em plena efervescência. Ele fica no começo da trajeto para ascensão do Monte Misen, e em pleno funcionamento. Ou seja, não é simplesmente um local frequentado por turistas, mas por fiéis.




Aproveitamos para tentar atingir o topo do Monte Misen, e o tempo estimado era de 90 minutos (existe um teleférico que economiza as energias dos turistas até um certo ponto, mas optamos pela caminhada). Muito agradável em plena natureza, mas existem alguns alertas contra serpentes venenosas e vimos uns lagartos estranhos, de cauda azul brilhante que davam medo! A descida é estimada em uma hora. Tanto para subir quanto para descer vai depender do desempenho físico de cada um. Nós fizemos em bem menos tempo.



Dizem que o Parque de Momijidani é muito bonito principalmente no outono quando as cores das folhas das árvores adquirem tons incríveis, mas ele já era muito bonito mesmo no verão. Coberto por uma vasta floresta primitiva, os animais também estão em liberdade.



Quando achamos que já tínhamos visto tudo, impossível ir embora apesar do cansaço: o pôr-do-sol proporciona um outro espetáculo imperdível.


Uma outra atração da ilha é a sua gastronomia: as ostras de Miyajima são realmente famosas e são feitas de diversas maneiras: grelhadas, fritas, cruas. Outra especialidade local são as deliciosas enguias (Anago-meshi), servidas sobre o riz ou acomodadas de outras formas. Também encontramos o que eles chamam de "bolo de peixe", com diversos frutos do mar e servidos em espetinhos. 

Momiji Manju é um biscoito típico e encontramos em todas as esquinas da ilha. O cheiro é delicioso, mas o gosto... O recheio é de feijão vermelho (muito usado nos doces japoneses e de outros países da Asia) e tinha a escolha entre com ou sem casca no recheio de feijão. Sem casca achamos realmente ruim, mas para a nossa surpresa, com casca era bem melhor!
Só mesmo provando para tirar as próprias conclusões!

Informações práticas

Existem diversas formas de ir até Miyajima, mas no nosso caso fomos de Hiroshima (onde nos hospedamos) de trem (linha JR Sanyo, cerca de 15 minutos de trajeto) até Miyajima-guchi e lá pegamos o ferry (da empresa JR). A travessia dura em torno de 10 minutos.

Se a intenção é de fazer trilha, é importante ir com roupa e calçado confortáveis.
Os restaurantes da Ilha não nos davam muita vontade de ir, bem turísticos e os preços mais elevados. Quem deseja levar o que comer deve prever conservar o lixo, pois como reserva natural as lixeiras são quase inexistentes.

Cansada mas feliz, foi assim que se terminou o passeio!

2 comentários:

Wonder disse...

Olhei com detalhes cada poster com suas paisagens exuberantes, e lí e reli cuidadosamente cada uma das escritas que postaste em cada uma delas... Hei de confessar-te que fiz uma longa viagem...
Gostei de tudo que li e vi, voltarei quantas vezes for preciso para conferir de perto suas viagens...
Alias, assim como ti amo viajar e conhecer lugares, histórias e pessoas, no mais faço minhas viagens hora sim hora não por aquilo que vejo e leio... Co disseste Viajar no Brasil custa caro... O melhor é olhar gravuras e ler histórias e relatos...
Bj no coração.... Belo findar de Domingo...
Caso ai seja domingo, ao contrario, belo findar de semana

Ana Maria Brogliato disse...

Olá Milena,
Que fotos lindas! Em especial, a foto do Tori no por do sol e com a maré alta. Ficou incrível!
Já comi biscoito de feijão numa feira japonesa aqui em Porto Alegre. Achei horrível, era branco, molengo, não consegui nem engolir a primeira dentada, argh... mas cascudinho e crocante deve ser melhor mesmo.
Beijos