terça-feira, 8 de abril de 2014

Saint-Emilion, muito além de vinhedos

Saint-Emilion é conhecida no mundo inteiro pela excelente qualidade de seus vinhos, atraindo 1 milhão de turistas por ano. Um rico patrimônio cultural inscrito desde 1999 na Unesco e cujos vinhedos e domínios podem ser visitados.



Mas o que pouca gente sabe é que a cidade ela mesma é uma gracinha, marcada pela sua rica história medieval, justamente o que mais me interessa, e foi esse o foco da nossa visita. 
 Vista da Praça do Clocher (torre com sino)

 A Torre da Igreja Monotítica

Aconselha-se o uso de calçados confortáveis e sem salto para aproveitar melhor das ruelas de calçamento antigo e ladeiras. Eu estava de saltinho, mas meu sapato era muito confortável, e também estou acostumada.

A originalidade de Saint-Emilion se deve em grande parte da pedra calcária. Entre os séculos IX e XIX (ou seja, durante mil anos) o conjunto arquitetural foi realizado através da extração dessa rocha. 
Acima vista realizada do alto da Torre du Roy, e abaixo o próprio. Trata-se de um donjon do século XIII, um elemento arquitetural de desefa da cidade.

 Cloître da Igreja Collégiale, construído entre os séculos XII e XIV, em estilo gótico e rodeado de colonas duplas de extrema fineza. Arcos romanos e góticos.
Cloître des Cordeliers, na verdade ruínas em estilo romano e vestígios da antiga igreja.

Podemos visitar a maior Igreja Monolítica (abaixo, construída em uma só pedra) da Europa e são 200km de galerias subterrâneas. E seria esse calcário que oferece um solo excepcional para as vinhas de Saint-Emilion, daí a qualidade dos vinhos.
Igreja monolítica dos séculos XI-XII (janelas mais recentes)
A história (ou lenda?) conta que um monge chamado Emilion escolheu viver ali no século VIII, realizando diversos milagres e sendo reconhecido pela sua generosidade. Após passar seus últimos 17 anos de vida como ermita em uma gruta no centro da cidade, ele faleceu no ano de 767. 

A cidade se visita à pé e boa parte pode ser feita individualmente. Porém alguns locais só podem ser visitados com o guia do Serviço de Turismo, em grupo (7,50€ por pessoa), como a gruta onde teria vivido Santo Emilion, a Capela da Trinidade, as catacumbas e a Igreja Monolítica.
 Pinturas da Capela da Trinidade (realizadas no século XIV) que nunca foram restauradas.

Gostou? Talvez você goste também desses passeios:
- Mont Saint-Michel, um dos locais mais visitados na França
- Saint-Céneri-le-Gérei, um dos mais belos vilarejos franceses
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- Senlis, uma verdadeira jóia pertinho de Paris

4 comentários:

Marta Faustino disse...

Que viagem deliciosa! Adoro a França e quem me dera fazer uma viagem até lá. Já fui até Carcassonne? Bjs

Lilasesazuis disse...

Amei, amei...conhecer pelo seu olhar!!

beijinhos,

Lígia e =^.^=

BLOGZOOM disse...

Milena,

Que passeio lindo!

Eu vi pinturas assim como da Capela de Trinidade, não restauradas e mesmo assim belas, numa catedral na Alemanha, ela tinha sido bombardeada na 2GM.

Bjs

Johnnie Lustoza disse...

Por não ser fã de vinho, sempre penso na França como um ótimo lugar para se degustar excelentes Bière Blanche ou as fantásticas Bière Brut, o que acaba me relegando ao mesmo pensamento etílico que a maioria têm sobre a França ligada apenas aos vinhos.
Por isso gosto muito de me deparar com posts assim, que abordam assuntos ou retratam lugares que vão além do senso comum e nos mostram muito mais coisas interessantes sobre esses lugares além do que poderíamos imaginar.
Parabéns.
Abraços.